Alforria à suas rédeas

Essa minha cidade de sociedade pouco esclarecida, onde a cultura foi vencida pelo cansaço, onde se endeusam políticos em seus altares para uma veneração a troco de nada. Cidade coronelizada, amaldiçoada pela corrupção, onde a lei está sob os deuses do poder, que ficha limpa ou suja é eleita pelos bips solitários provocados pelos dedos vendidos dos cidadãos de tapa-burro numa cabine de trevas. Alforria à suas rédeas.

Ah, vadiagem

Saudade da irresponsabilidade e da vadiagem de minha adolescência, onde nenhum compromisso me importunava, onde os problemas se resumiam a problemas de conexão e quedas de energia.

Saudade daquela vinheta do filme de tarde e de quando sonhava e babava a fronha até me acordar afogado.

As tardes badaladas das redes sociais ao som alto das caixas acústicas do computador que tocavam um rock romântico de primeira qualidade.

Pois é, vida minha, temos mesmo que crescer, trabalhar, se endividar e ficar dependente de tua rotina que só de pensar dá vontade de me aposentar por invalidez.

Sobre amor e dúvidas

Hoje eu duvido do amor como quem duvida da dor, do sentir sem crer que exista sem saber se é assim que funciona ou se eu que não sei amar - talvez as duas coisas.